O Conselho procurou a Maga Arlinda e exigiu que ela utilizasse a geléia mágica em um lote de sementes de margaridas. Eles queriam testar qual seria o resultado neste lote, como se fosse um projeto de experiência. Se desse certo, se as pessoas passassem a se interessar pelas margaridas estaria aprovado.
- Tudo o que você tem que fazer é colocar a geléia mágica nas sementes e daí nascerem as flores mais lindas de margaridas!
Maga Arlinda, então, procurou nas suas coisas um livro muito antigo, folheou várias páginas e com os olhos bem arregalados falou:
- Está aqui. Não existe geléia mágica. Existe o amor. A geléia mágica foi uma invenção antiga para que as margaridas percebessem que é o amor que as faz lindas: uma pitada de geléia mágica, uma pitada de amor. E a simbologia de colocar a geléia mágica nas sementes fazia com que essa cultura se reproduzisse e as margaridas se sentissem lindas e atraentes aos olhos das pessoas.
Todos ficaram boquiabertos, se perguntando: E por que não temos mais tantas margaridas? E por que não existe mais a brincadeira?
Após algum tempo de reflexão coletiva, o decano ancião, com o semblante de reconhecimento a Maga Arlinda e com voz altiva aos membros do Conselho, do alto de sua sabedoria, maviosamente, disse:
- Nós temos que reproduzir a espécie e para isso temos que voltar a exalar o cheiro do amor que perdemos depois que não foi mais colocada a geléia mágica nas sementes, depois que perdemos a cultura do amor. Agora nós sabemos que podemos tocar o coração das pessoas, e encantar mulheres e crianças em todas as regiões porque a nossa flor representa o amor, basta nos querermos transmitir isso. A brincadeira vai voltar e a reprodução desse amor, por meio do “mal me quer, bem me quer” não vai deixar que as margaridas se acabem.
Dali em diante toda semente de margarida gerava uma planta e uma flor exalando muita beleza e amor. Não foi mais preciso geléia mágica. E mesmo que a brincadeira não volte como antigamente, sempre vai ter um apaixonado oferecendo a sua amada um buquê de margaridas brancas.
Carol, as margaridas sempre existirão e desde já trarão a sua presença repleta de muita ternura. Descanse em paz!
ResponderExcluirObrigado, Rita. Este texto das margaridas foi pensado, junto com ela quando estavamos iniciando uma conversa sobre ela construir um livro. Havia pedido a ela que fizesse um desenho representativo dela, com o jeito dela, a partir dos desenhos das bonecas que ela fazia. Talvez, eu peça a alguém para fazê-lo, nesta linha de pensamento, para que a presença dela seja ainda mais simbólica.
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