por José Almeida Martins de Jesus
O ano do término da casa foi 1938. Período de pré-guerra. Meu pai já tinha um caminhão 1929, comprado a prazo pequeno. Seu Joaquim, meu pai, mexia com transporte comercial. Comprava e vendia. Eu já tinha fartos 13 anos. Talvez, por ver meu pai comerciar, tivesse no sangue esse espírito de fazer as coisas. Ajudava meu pai a manter e comerciar galinhas.
Antes de 1934, morava em Maranguape, no Ceará. Mas, por conta dos afazeres comerciais do meu pai, nesse ano, viemos morar em Fortaleza, no mesmo estado, no bairro Bonito, que hoje se chama Piedade.
A casa no bairro Bonito era alugada, a rua era a Henrique Rabelo, ali perto da Igreja da Piedade. Era uma casa boa, com bom quintal, onde foram instalados vários chiqueiros de galinhas, que eram trazidas do interior. Também eram criados alguns bodes e porcos. No terreiro havia uma grande mangueira, que no período da safra dava muitos frutos.
As galinhas eram separadas por tamanho e peso, e podiam ser de qualquer raça. Os bebedouros eram tigelas compradas no centro da cidade. A alimentação era normal, à base de milho. Todo o material para as galinhas era comprado pelo meu pai.
Na verdade, os chiqueiros de galinhas eram do meu pai. Eu comprava as galinhas do meu pai e vendia nas imediações e no centro da cidade. A motivação nasceu nas viagens feitas com meu pai pelos interiores, onde eu ajudava a comprar as galinhas.
Assim, logo após a chegada a Fortaleza, já foi possível começar a vender as galinhas e ganhar alguns trocados. Meu pai, algumas vezes, trazia mais de 100 galinhas e todo mundo na redondeza sabia que nós vendíamos galinhas. Nisso, já haviam alguns clientes, que dia sim, dia não, compravam galinhas.
Com o fruto da venda das galinhas somente em 1937 foi possível comprar um pequeno terreno,ali onde é a Faculdade de Medicina, no bairro Rodolfo Teófilo. A vontade era empregar o dinheiro em alguma coisa e o terreno poderia garantir algum lucro.
Nas conversas com meu tio Joaquim, que construía casinhas, surgiu a ideia de valorizar o terreno construindo uma pequena casa com quatro cômodos. Ela tinha sala, sala de jantar, quarto e cozinha, e, obviamente, um banheiro. Naquela época tudo era simples, pobre. Também o dinheiro não dava pra mais do que isso.
O planejamento da casa e sua construção foi feito pelo próprio pedreiro, que era o meu tio Joaquim. O material da construção também foi comprado por ele. Levou em torno de quinze dias para deixar tudo pronto. A minha primeira casa, uma beleza.
Essa primeira casa se tornou muito importante para a família, pois, foi o abrigo que nós tivemos quando meu pai ficou doente, por mais de um ano, vítima de um acidente com seu caminhão. Mas isso é outra história.
Gostei muito da história e de saber das coisas da vida do meu velho. Estaremos reproduzindo outras histórias contadas pelo Seu Jesus e também por D. Teresinha.
ResponderExcluirÉ sempre bom conhecer histórias antigas, ainda mais vindas de nossos avós.
ResponderExcluirOlá!!!
ResponderExcluirSeu blog é um exemplo de amor e superação que está aquecendo meu peito de carinho. Parabéns. Sobre o comentário que você me deixou,eu gostaria de dizer que a frase saltou da minha cabeça, diretamente para a postagem do blog num momento de reflexão. Talvez, nem eu mesma saiba exatamente o que quis dizer com isso, mas na hora em que eu estava entretida em meus pensamentos, encaixou-se muito bem com o sentimento que apertava meu coração. Quando estamos felizes, estamos tão felizes que nem nos damos conta desse estado de espírito... e às vezes a felicidade não passa de um raro momento. Para mim, ao contrário, eu penso tanto em todas as coisas quando não estou em estado de felicidade... é claro que eu prefiro os momentos de felicidade, mas nem sempre isso é possível, pois temos de encarar as vicissitudes cotidianas da vida. E no momento em que estou agora, não estar feliz e por essa mesma razão, pensar, pensar, pensar e pensar me faz aprender outras coisas, que embora eu não prefira (prefiriria estar pulando de felicidade)me ensina certas coisas da vida. Sei lá se eu consigo me fazer explicar (coisa de doida, né?. Bom tem certas coisas que não há como explicar... apenas dá para sentir.
Um abraço fraterno... muita paz para você e sua família!!!
É um prazer seguir este blog tão maravilhoso.
Andreia Sieczko
Legal, Andreia, não é coisa de doida, não! Abs
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