Não é sempre que a gente, quando é bem nova, dá valor a um dente. Quem vai deixar de se largar a correr pelo corredor do hall do elevador, com as pernas meio atrapalhadas só porque tem dois anos e meio e pode quebrar um dente ao cair. Ora, a gente até briga pra sair junto com a visita pra disparar no corredor, fazendo o maior barulho, chamando a atenção da vizinhança.
- Eta! Cuidado pra não cair com a cara no chão, menino!
- Eta! Cuidado pra não cair com a cara no chão, menino!
Além do mais, parece que os nossos anjos da guarda são mais eficientes quando nós somos jovens. Quem já não viu uma queda horrível de uma criança e se a mãe não se importar muito, ela se levantar, bater a poeira e sair correndo de novo? Ou, então, duas crianças virem correndo e, sem uma perceber a outra, baterem de chapa?
- Nossa senhora, doeu até em mim e com eles não aconteceu nada, nossa!
Comigo e com minhas irmãs também era assim. Mas todas tinham machucado, em algum momento, a boca; quebrando dente ou então ferindo a gengiva.
Naquela tarde, depois do almoço, na casa de praia, não sei o que aconteceu, caí da rede, e lá se foi um dos dentes da frente. O dente saiu inteiro, voou por cima da mesa e caiu perto da porta. Deu pra ver a trajetória do bichinho. O choro veio logo em seguida.
- Pai? Papai? Eu quebrei meu dente!
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